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Técnica Projetiva

Foto do escritor: Gisele LimaGisele Lima

Atualizado: 13 de nov. de 2024



De acordo com Visca, as técnicas projetivas têm como objetivo investigar os vínculos que o sujeito pode estabelecer em três grandes domínios: o escolar, o familiar e consigo mesmo, pelos quais é possível reconhecer três níveis em relação ao grau de consciência dos distintos aspectos que constituem o vínculo de aprendizagem.


Para Sara Paín, o que podemos avaliar por meio do desenho ou do relato é a capacidade do pensamento para construir uma organização coerente e harmoniosa e elaborar a emoção. Também permitirá avaliar a deteriorização que se produz no próprio pensamento.


A mesma autora ainda nos diz que o pensamento fala por meio do desenho onde se diz mal ou não se diz nada, o que oferece a oportunidade de saber como o sujeito ignora. (1992, p. 61)


Visca observa que


  • a interpretação de cada técnica projetiva deve ser realizada em função do sujeito em particular;

  • não é necessário aplicar todas as provas e que é adequado utilizar somente aquelas que se considerem necessárias em função do que se observou: a) que se aplique somente uma prova; b) que se administrem algumas provas de alguns domínios; c) que se administrem todas as provas de um único domínio; d) que se apliquem todas as provas, o que não é comum e que tem um sentido mais de investigação do que de diagnóstico;

  • observar que os critérios para interpretação devem somar-se aos critérios gerais do diagnóstico para a interpretação das provas.


Observação para Análise das técnicas projetivas


  • O tamanho total do desenho: se for pequeno demais ou grande demais, poderá indicar vínculo inadequado em relação à situação da cena.

  • O tamanho dos personagens: quem aparece exageradamente maior ou menor que os demais.

  • Se o sujeito que desenha está presente nas cenas ou se não se desenha.

  • Quem não aparece no desenho. Por exemplo, no desenho da família, não desenha o pai ou a mãe ou não se desenha.

  • O distanciamento dos personagens: se estão separados por alguma barreira ou presos em quadrados.

  • Se usa borracha de forma exagerada ou se nunca usa.

  • Se não desenha pés ou mãos, pode indicar dificuldade nos relacionamentos, sem objetivos, apresentando dificuldades para buscar o conhecimento.

  • Se faltam olhos, orelhas, boca, pode estar relacionado a ouvir, ou em falar, ou em prestar atenção.

  • Se o desenho está condizente ao que é pedido. Se a criança tem boa compreensão e não desenha o que foi solicitado, pode indicar uma conduta evitativa relacionada à situação solicitada.

  • Se se recusa a desenhar.

  • Se se recusa a escrever.


Posição do desenho na folha


  • Superior - exigente

  • Inferior - impulsivo

  • Direita - progressivo

  • Esquerda - regressivo

  • Superior direita - exigente progressivo

  • Superior esquerda - exigente regressivo

  • Inferior direita - impulsivo progressivo

  • Inferior esquerda - impulsivo regressivo

  • Central - equilibrado

(VISCA, 2008, p. 23)


Os desenhos deverão ser analisados dentro de um contexto geral e não de forma isolada.


Durante a aplicação das técnicas projetivas, podemos solicitar à criança que escreva algo sobre seu desenho, se a criança já estiver alfabetizada. Desta forma, teremos a oportunidade de observar como está a escrita da criança, sua grafia, ortografia, concordância, capacidade de descrever uma situação.


Caso seja percebida uma dificuldade muito acentuada, como trocas que caracterizam uma dislexia, por exemplo, poderemos realizar testes mais específicos de consciência fonológica e fazer uma investigação mais aprofundada.


Se a criança não quiser escrever nada, não devemos forçá-la, pois estas provas envolvem uma situação muito ligada ao emocional, e algumas crianças podem se recusar para não entrar no conflito. Se assim ocorrer, pedimos apenas para falar sobre o desenho e fazemos as perguntas sugeridas a seguir. Podemos solicitar sua escrita em outra oportunidade de maneira informal.


Em todos os desenhos, devemos ficar atentos ao:


Título do desenho: Por meio do título, também observamos o vínculo que se estabelece com a aprendizagem. Devemos observar se há relação entre o título e o desenho, ou se há dissociação, negação e repressão em relação à situação que se pretende investigar. Podemos também perceber a pouca criatividade ao colocar um título pouco elaborado, como "a casa", "a família".


Relato: De acordo com Visca, o relato é uma projeção que denuncia o vínculo de aprendizagem:


  1. do próprio conteúdo;

  2. pela correspondência com o desenho;

  3. por sua relação com o titulo.


Observe no relato os mecanismos de dissociação, negação e repressão utilizados.


Observe, tanto no desenho como no relato, se existe um objeto de aprendizagem.


Assim como o título, o relato tem sua importância na medida em que ficam evidentes os vínculos de aprendizagem. Observamos se o relato está de acordo com o desenho e com o título, se há criatividade e boa expressão oral, se existem negações e repressões e se existe um objeto de aprendizagem.


No arquivo abaixo você vai encontrar as técnicas projetivas com explicações pra a aplicação além de uma folha de analise para uso do psicopedagogo e as folhas de desenho para uso do paciente.


Referencia Bibliográfica: SAMPAIO Simaia. Manual Prático do Diagnóstico Psicopedagógico Clínico 7ª edição. Rio de Janeiro. Wak, 2018.




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